A sessão da última quinta-feira (20) na Câmara de Vereadores de Itajaí foi marcada por um intenso debate ético e filosófico sobre a relação entre humanos e animais. A discussão, que surgiu durante a análise de um requerimento sobre maus-tratos a animais, ganhou contornos polêmicos após declarações do vereador Victor Nascimento (PL) e do suplente Sandro Serpa (PSDB), que criticaram o que chamaram de “inversão de valores” na sociedade.
Victor Nascimento afirmou: “Gente dentro de casa, a bucica lá fora. Os animais do mundo inteiro não valem a alma de um ser humano”. O parlamentar ainda declarou que votou a favor do requerimento apenas por respeito à colega vereadora Renata Narciso (PDT), autora da proposta. Já Sandro Serpa reforçou sua visão contrária ao tratamento dado aos animais: “O casal compra um pet ou adota um pet, e tem ele como filho, e não tem um filho realmente pra criar. Criar um cão como um filho… isso pra mim é uma inversão”.
As falas dos vereadores rapidamente viralizaram nas redes sociais, gerando revolta entre defensores da causa animal. Muitos criticaram a visão antropocêntrica expressa pelos parlamentares, destacando que os animais também merecem respeito e dignidade. Uma defensora comentou no Instagram: “Existem animais que valem muito mais do que vários seres que se dizem humanos”.
O episódio reacendeu um debate profundo sobre a posição dos animais na sociedade. A questão vai além da relação afetiva com os pets e toca em dilemas filosóficos sobre moralidade, direitos dos seres vivos e a hierarquia de valores entre espécies. Afinal, o valor da vida deve ser medido apenas pela espécie a que pertence? Em um mundo onde o ser humano comete atrocidades contra sua própria espécie, até que ponto a defesa dos animais pode ser vista como “lacração” ou “inversão de valores”?
A polêmica segue gerando discussões acaloradas, dividindo opiniões entre aqueles que defendem uma visão centrada no ser humano e os que enxergam nos animais não apenas companhia, mas seres com direito ao respeito e à dignidade. E você, o que pensa sobre esse debate?