Após quatro meses de proibição, a pesca do camarão foi oficialmente liberada nesta quarta-feira (1º de maio) em Santa Catarina, com a cidade de Penha sendo novamente protagonista na atividade. O fim do período de defeso, encerrado em 30 de abril, marca o início da safra do crustáceo, que já movimenta centenas de embarcações e deve resultar em cerca de 30 toneladas de camarão capturados apenas nos três primeiros dias de pesca, segundo estimativa da prefeitura de Penha.
Ao longo do período de defeso, iniciado em 1º de janeiro, a pesca de espécies como camarão-rosa, camarão-branco e camarão-sete-barbas foi proibida em águas marinhas e estuarinas, conforme determinação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Ministério da Pesca. A medida teve como objetivo garantir a preservação das espécies durante seu ciclo reprodutivo.
Com a liberação, a rotina voltou a acelerar nos trapiches e pontos de embarque. Em Penha, cerca de 300 embarcações já estão em atividade diária desde a madrugada desta quarta-feira. A operação, no entanto, vai muito além do mar. Somente para manter as frotas ativas, são consumidas em média 7 toneladas de diesel e 10 toneladas de gelo por dia, o que movimenta toda uma cadeia logística envolvendo fornecedores locais.
A estimativa da Secretaria de Pesca de Penha é que a captura alcance 30 toneladas já nos três primeiros dias — volume que será destinado inicialmente à rede pesqueira, com o quilo sendo vendido pelos pescadores a cerca de R$ 10. Em seguida, o camarão passa pelo processo de beneficiamento e comercialização para outros mercados, gerando uma segunda onda de vendas, que contribui significativamente para a economia do município.
Além do impacto econômico direto para os pescadores, a abertura da safra também movimenta empregos indiretos nas áreas de transporte, manutenção de embarcações, processamento de pescado, comércio e serviços.
Penha é reconhecida como uma das cidades com maior tradição na pesca artesanal de camarão no litoral norte catarinense, sendo responsável por abastecer mercados regionais e até interestaduais com o crustáceo fresco. A expectativa para este ano é de uma safra positiva, impulsionada pelas boas condições climáticas e pela organização dos pescadores locais.
A temporada segue até dezembro, com picos de produtividade esperados entre os meses de maio e julho. O monitoramento do estoque pesqueiro, bem como a fiscalização das práticas de captura, permanece sob responsabilidade dos órgãos ambientais e da Marinha do Brasil.