O lançamento da pré-candidatura de João Rodrigues (PSD) ao governo de Santa Catarina, realizado neste sábado (22) em Chapecó, continua gerando desdobramentos políticos importantes. Além da forte adesão de lideranças estaduais e nacionais, o evento contou com a presença marcante de Jorge Bornhausen, ex-governador, ex-senador, ex-ministro e uma das figuras mais influentes da política catarinense nas últimas décadas.
A presença de Bornhausen no palanque de João Rodrigues não é apenas simbólica: representa um gesto público de apoio político a uma candidatura que, no cenário atual, se coloca em rota de colisão com a reeleição do governador Jorginho Mello (PL).
Mas o que chamou ainda mais atenção foi o fato de que, ao mesmo tempo, Paulinho Bornhausen, filho de Jorge e atualmente licenciado do PSD, publicou em seu perfil no Instagram uma manifestação enfática em defesa da união entre PSD e PL, com apoio direto à reeleição de Jorginho Mello.
Paulinho é Secretário Executivo de Articulação Internacional e Projetos Estratégicos do Governo do Estado e vem atuando como articulador da aproximação entre os dois partidos. Em sua postagem, ele afirma que a prioridade é “evitar a reeleição de Lula/PT” e que “unir PSD e PL em SC” é a chave para isso, citando inclusive a aliança que se formou com sucesso em Florianópolis para impedir o avanço da esquerda.
“Topázio (prefeito de Florianópolis) e eu assumimos essa bandeira junto ao PSD estadual: unir PSD e PL em SC, apoiando a reeleição do governador Jorginho Mello e não dando, assim, a menor chance ao azar”, escreveu Paulinho.
O contraste entre o pai e o filho, agora posicionados em trincheiras diferentes da política catarinense, dá contornos quase familiares à disputa que se desenha para 2026. De um lado, João Rodrigues, lançando sua pré-candidatura ao lado de nomes como Jorge Bornhausen e Júlio Garcia, com um discurso de “modelo Chapecó de gestão” para todo o Estado. Do outro, o atual governador Jorginho Mello, que conta com o apoio de parte da estrutura do PSD, incluindo o próprio Paulinho.
A fala de Paulinho é clara ao reforçar que “respeita quem pensa diferente”, mas que considera seu projeto como o mais adequado para o futuro político e econômico do Estado. Já a presença de Jorge Bornhausen em Chapecó representa, para muitos, uma espécie de aval simbólico à candidatura de Rodrigues – um gesto que pode influenciar antigos aliados e novos eleitores.