Laudo da PRF sobre tragédia no Morro dos Cavalos aponta perda de controle da direção como causa determinante do acidente

O Laudo Pericial de Acidente de Trânsito (LPAT) da Polícia Rodoviária Federal (PRF), concluído após análise técnica detalhada, atribuiu à perda de controle da direção a causa determinante do grave acidente ocorrido no último dia 6 de abril no km 233 da BR-101, região do Morro dos Cavalos, em Palhoça (SC). O episódio envolveu um caminhão-tanque carregado com etanol, que tombou, causou uma explosão de grandes proporções e atingiu dezenas de veículos, deixando feridos e gerando filas quilométricas.

A perícia constatou que o veículo – um caminhão bitrem com placas de São José/SC – trafegava no sentido sul da rodovia quando colidiu com a mureta de proteção do canteiro central e tombou. A carga inflamável se espalhou pela pista e pegou fogo rapidamente, atingindo pelo menos 28 veículos, incluindo três caminhões. Apesar do cenário de destruição, não houve registro de óbitos.

O que diz o laudo

O documento técnico, assinado por peritos da PRF, indica que a velocidade do veículo estava abaixo do limite permitido para o trecho. Segundo o depoimento de um colega de profissão que seguia logo atrás, o caminhão trafegava a cerca de 57 km/h, enquanto o limite da via é de 60 km/h. Essa informação, aliada ao estado seco da pista e às boas condições de visibilidade e tempo, descarta a hipótese de excesso de velocidade ou fatores climáticos como causas diretas do acidente.

Outro fator analisado foi o tacógrafo do veículo, equipamento que registra informações como velocidade e tempo de condução. No entanto, o dispositivo foi completamente destruído pelo incêndio, o que impossibilitou a coleta de dados objetivos sobre a dinâmica final do acidente.

A PRF também informou que o teste do bafômetro aplicado ao motorista resultou negativo, afastando a hipótese de embriaguez ao volante.

A ausência de uma causa técnica direta

Com base nos elementos disponíveis, o laudo aponta a perda de controle da direção como fator determinante, mas não define as circunstâncias específicas que levaram a essa perda de controle. Ou seja, não há um elemento técnico ou estrutural claramente identificado como origem do tombamento.

Essa lacuna abre espaço para hipóteses não exploradas no laudo, como uma falha operacional humana – cansaço, desatenção ou reação a um estímulo externo não documentado –, embora nenhuma dessas possibilidades tenha sido apontada formalmente pelos peritos.

O caminhão seguia em linha reta no trecho, e a colisão inicial com a mureta de concreto central ocorreu em uma parte da pista onde não há curva acentuada ou interseções, o que reforça o mistério sobre o que teria levado o condutor a perder o controle.

Impacto e desdobramentos

A tragédia provocou filas de até 19 quilômetros e interditou completamente a rodovia nos dois sentidos por mais de 16 horas, com a pista sendo liberada apenas na manhã seguinte. Cinco pessoas ficaram feridas com queimaduras e foram levadas a hospitais da região.

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Redação

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