A proposta da Mesa Diretora da Câmara de Vereadores de Blumenau para a mudança da sede do Legislativo merece ser vista com atenção. A ideia de ocupar um prédio público, eliminando um aluguel mensal de R$ 80 mil, demonstra um compromisso com a responsabilidade fiscal e a boa gestão do dinheiro público.
O imóvel em questão, localizado na Rua Capitão Santos, no bairro Garcia, já pertence ao município e tem 5,5 mil metros quadrados. Ao invés de insistir na construção de uma nova sede, que em 2019 estava orçada em R$ 19 milhões e hoje ultrapassaria R$ 30 milhões, a alternativa de reforma do prédio existente representa um custo menor. Essa estrutura conta com estacionamento, espaço para gabinetes e um plenário com capacidade para 600 pessoas, muito acima dos 100 lugares disponíveis na sede atual.
A mudança, no entanto, não é imediata. Primeiro, é necessário que a Prefeitura formalize a cessão do imóvel para a Câmara. Depois, será preciso lançar uma licitação para a reforma. Há ainda a questão do contrato de locação da sede atual, válido até 2027, que pode gerar custos em caso de rescisão antecipada. O jurídico do Legislativo analisa formas de resolver esse impasse sem prejuízos financeiros.
Ainda que a proposta não seja uma solução instantânea, ela demonstra bom senso administrativo. A sociedade espera que mais gestores públicos tenham essa postura: avaliar alternativas viáveis e buscar economia para os cofres públicos, sem comprometer a qualidade dos serviços.
O caso de Blumenau também pode servir de exemplo para outras Câmaras Municipais que ainda insistem em manter estruturas caras e desnecessárias. Se há imóveis públicos disponíveis que podem ser reaproveitados com menor custo, faz sentido que o Legislativo busque essa solução.
A iniciativa do presidente Ito de Souza (PL) e dos demais integrantes da Mesa Diretora é um passo correto. Mas o que se espera é que essa mentalidade de gestão eficiente e racionalidade nos gastos não se limite a essa decisão específica. O desafio do Legislativo de Blumenau — e de qualquer outra Câmara — não é apenas cortar custos com aluguel, mas garantir que cada real do orçamento seja bem empregado e revertido em melhorias para a população.