O União Brasil começou cedo a organizar seu projeto para 2026 em Santa Catarina. O convite ao ex-prefeito de Jaraguá do Sul e deputado estadual Antídio Lunelli para disputar o governo pelo partido reforça a intenção de consolidar a sigla como uma alternativa real ao eleitorado catarinense. Assim como em 2022, quando lançou candidato próprio ao Executivo estadual, o União demonstra que não pretende ficar à margem das grandes disputas.
O deputado federal Fábio Schiochet, presidente estadual do partido, tem sido peça-chave nesse processo. Desde sua reeleição em 2022, Schiochet manteve um ritmo intenso, apostando na expansão do União Brasil e trazendo para a sigla lideranças com perfil técnico e capacidade de gestão. Aproveitando essa semente plantada, ele tem rodado o estado em busca de novas alianças e fortalecimento da base do partido.
Fabio é um jovem deputado que, apesar de ser de um estado pequeno como Santa Catarina, ganhou destaque rapidamente no cenário nacional. Ele é um dos tesoureiros da direção nacional do União Brasil e foi fundamental na recente reformulação da executiva nacional. Além disso, já presidiu a Comissão de Minas e Energia na Câmara dos Deputados e atualmente comanda a Comissão de Defesa do Consumidor — uma prova de que soube ocupar espaços importantes no Congresso.
A atuação de Schiochet coloca o União Brasil em uma posição mais estruturada para a próxima disputa estadual. O partido, que possui uma das maiores bancadas no Congresso, tem recursos e condições de montar uma campanha competitiva em Santa Catarina, algo que poucos partidos conseguem oferecer aos seus candidatos.
Caiado como possível presidenciável: um trunfo importante
Além da força local, o cenário nacional pode impulsionar ainda mais a candidatura do União Brasil no estado. Se Jair Bolsonaro não entrar na disputa presidencial, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, pode ser uma opção viável para liderar a direita em 2026. Caiado tem perfil moderado, trânsito em diferentes setores e a experiência de quem governa um estado importante do centro-oeste.
Em Santa Catarina, um dos estados mais alinhados com o conservadorismo, Caiado pode encontrar terreno fértil. Uma candidatura presidencial do União Brasil teria grande potencial para alavancar o número 44 no estado, fortalecendo diretamente a campanha de quem vier a disputar o governo pela sigla.
Cenário de 2026: protagonismo disputado
O xadrez político começa a se desenhar, e alguns nomes já aparecem com força. João Rodrigues (PSD) deve entrar na disputa representando o oeste catarinense, onde mantém uma base consolidada. O governador Jorginho Mello (PL) tentará a reeleição, sustentado pelo bolsonarismo e pela máquina estadual.
Caso aceite o convite do União Brasil, Antídio Lunelli entraria no jogo com um discurso focado em eficiência administrativa e modernização, algo que pode atrair um eleitorado em busca de renovação. Lunelli, com sua experiência de gestão em Jaraguá do Sul e no setor privado, seria uma aposta mais técnica e pragmática, destoando do discurso tradicionalmente político dos adversários.
O declínio dos antigos protagonistas
Enquanto o União Brasil e outras forças se movimentam, antigos gigantes como o MDB e o PP parecem cada vez mais distantes das disputas centrais. O MDB, que já governou Santa Catarina por várias gestões, sofre com a falta de renovação e dificuldades internas para projetar novas lideranças. O PP, embora ainda relevante em algumas regiões, tem se mostrado mais preocupado em manter nichos locais do que em disputar o comando do estado.
2026: uma eleição diferente
Com a movimentação intensa e um cenário presidencial em potencial transformação, a eleição de 2026 promete ser diferente. O União Brasil, com sua estrutura nacional e a possibilidade de uma candidatura forte como a de Ronaldo Caiado, pode ser um elemento novo e relevante na disputa estadual.
Sem grandes holofotes ou promessas exageradas, o partido parece ter entendido que, mais do que protagonismo a qualquer custo, o momento é de construção sólida e estratégia clara. O que está em jogo não é só 2026 — é a posição do União no mapa político catarinense para os próximos anos.
